sábado, 13 de abril de 2013

Sobre o braço dormente.

Cá estou eu, observando o teto. Sempre um teto. Engraçado como minha insônia torna-se amiga com um silente esbravejar.
Cá estou eu, observando as estrelas. Sempre as estrelas. Engraçado como minha realidade se liquefaz tão prontamente com um leve desejar.
Cá estou eu, observando as paredes. Sempre as paredes. Engraçado como meus curiosos olhos caçam algo para ler, tentando sequestrar alguma informação, por menor que ela seja.
Cá estou eu, ouvindo os carros passarem depressa. Sempre os carros cortando o silêncio da noite, tamborilando o coração, o meu e o teu. Sinfonia com teu resmungar noturno, perpendiculando os assobios do teu roncar. Engraçado como não me sinto estranho, é como se fosse mais uma vez e não a primeira.
Cá estou eu, observando você. Sempre sorrindo para qualquer coisa que faça. Ao mesmo tempo me pergunto porquê você faria questão de estar comigo, eu que apenas vejo a si como salvador.
Cá estou eu, observando o teto. Sempre um teto.
Cá estou eu, observando as estrelas. Sempre as estrelas.
Cá estou eu perdido nos meus pensamentos, confuso em mim.
Cá estou eu.
Sempre sorrindo.


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