Imagem por HELLO KACZI |
Nada como ter um local onde deixar o seu pensamento, sua marca, seu grito, seu silêncio. Cansei de carregar agendas, cadernos, rascunhos, prefiro hoje o Blog. Deixando aqui meu ultimo suspiro de cada dia.
terça-feira, 1 de dezembro de 2020
Já é hora
quarta-feira, 7 de outubro de 2020
Fantasia
Arte de @raytongart |
sexta-feira, 2 de outubro de 2020
O Escritório
Arte de Selin Tahtakılıç |
Como lidar com esse padrão de comportamento aqui? Você tem duas opções: 1)Ou você é extremista e não fica calado, demonstrando sempre o quanto elas estão sendo irracionais, perversas, preconceituosas. E obviamente você não será bem quisto no ambiente, já que os outros compactuam com o pensamento deste; 2)Ou você pode ligar o foda-se e seguir sua vida usando da shade. Pequenos apontamentos subliminares criticando o comportamento destas pessoas. Se for uma piada racista, você além de demonstrar descontente ainda diz "então a graça é que ele é negro? Entendi", e ao demonstrar a problemática você não vai ser mau quisto, mas uma pessoa boba que não entende o ponto engraçado. Só que isso vai acumulando e aos poucos elas perceberão que estão sendo perversas todos os dias, e esse normal delas afasta você. Tudo bem que essas duas opções são baseadas no meu ano de contrato no ultimo trabalho. Uma empresa de 300 pessoas onde 90% era branca autoproclamada alemã. Onde o que importa é o sangue alemão, onde todos os problemas da cidade ou vieram dos índios vagabundos, dos paraguaios contrabandistas, ou dos negros bandidos que vieram de fora. E sempre que eu ouvia essas coisas eu usava a opção 2 e ficava uma climão.
Estou falando essas coisas porque estou percebendo um padrão na internet, com colegas e pessoas amigas da região, que me remete ao Michael ou a Ângela e eu fico pensando se não é hora de estabelecer uma opção 3) Ignorar. Ignorar os fatos, fotos e dados porque não vai fazer diferença alguma na minha vida, por mais estressante que seja em ver as postagens, é respirar fundo e pensar no meme "branco fazendo branquice". Lembrar de toda história nazista na região, como a região foi explorada e evoluída, e como a tecnologia amplia os prazeres da cretinice, é pensar sempre na proposta 3 quando vias de internet, e quando mais velho e mais financeiramente independente, trazer isso pra vida.
domingo, 20 de setembro de 2020
Ultimo suspiro
Imagem por breezeh ou @briscoepark |
Navegar pelas redes sociais em tempos de pandemia é um caminho tortuoso. No começo, entre os três primeiros meses, tudo era novidade. As fotos dos cantos nunca antes explorados da casa, os diálogos entre as pessoas que conseguiam fazer o isolamento, as denúncias de quem escolhia não fazer e as várias produções artísticas. Eram lives atrás de lives. Lembro que em várias dessas lives, as postagens rápidas eram quase sempre as mesmas: pessoas juntas bebendo e comendo, comemorando e ouvindo os concertos pelas plataformas.
Na segunda etapa, foi meio que uma releitura. As pessoas começaram a desenterrar coisas, joguinhos da era do orkut, veio a onda das indicações (me indique um filme, me indique um album, me indique alguém), tiveram inúmeros movimentos do não-vai-ter-eu e várias hashtags. Tudo era motivo para explodir, seja um reality show, seja as tramoias do governo decadente. Tudo era pólvora para a fúria da ociosidade. E leia que esta ociosidade não é a falta do que fazer, mas a exaustão do confinamento.
Aqui é necessário explicar que estar em quarentena, em isolamento social real não esses onde a pessoa se diz isolada e visita todo mundo, vai à festa, reunião, consultas não urgente... enfim, você entendeu. Aqui a quarentena causou exaustão pela mesma coisa repetida, foi o que deixou a mente exausta de verdade. A mudança do cotidiano, números de mortes na televisão subindo, o home office obrigatório para alguns, o lançamento nas vielas para outros. Saber se está infectado deixava todo mundo nervoso. Os índices de ansiedade estavam lá em cima, beirando a insanidade.
Na segunda etapa é justamente onde se instala a crise. Governo decide sacrificar as pessoas, o comércio se vê obrigado a continuar firme, as pessoas comuns não têm opção, vão trabalhar, vão se contaminar sem saber. Vidas se perderam mais rapidamente que a própria contagem de casos. Como já esperávamos: foi cada um por si e Deus por todos. Foi uma fase triste. Perdi familiares para gripe, alguns outros entes mais próximos ficaram internados severamente e eu aqui no fim do mundo.
Não poder acompanhar o que se passa é muito, mas muito ruim. Você fica sequestrado a qualquer notícia, boato ou menção indireta àquilo que se quer saber. E, como mais uma vez, esperei para saber de tudo. E, por mais penosa que fosse a situação, eu não podia fazer muito. A minha arma é a ligação. Ligo quase todos os dias para ela e nunca está disponível. Depois dele, ela morreu de vez. Não há conversa que se sustente por mais de 10 segundos. Quando acontece uma resposta de mensagem rápida é sempre a mesma coisa. A praxis de 1) Como você está? 2) se cuide 3) mande lembranças.
É estranho olhar que você viveu tanto tempo com essas pessoas e não as conhece, não sabe de onde vem ou para onde vão. Que o máximo de apoio que dão é batido com cinco ou mais comentários depreciativos. A toxicidade é tanta que corroeu até meus ossos. Repondo o item 1, os seguintes mando sticks. São mais práticos e mais alegres que a conversa que se afunda em todas as tentativas. É deprimente.
Passou a terceira fase, foi uma agonia aguda. Foram semanas de exames, sintomas, medos e angústia. A televisão repetia infinitamente o que já tínhamos decorado. Na teoria, só sai de casa quem realmente precisa, e ainda assim tomando todas as medidas pandêmica de saúde. Na prática, nada mudou. Quer dizer, o uso seletivo de máscara foi condicionado. Usar máscara é estar seguro. Não importa se em um ônibus lotado para ir ao trabalho, ou uma fila enorme do lado de fora do banco para sacar um dinheiro que não paga o aluguel. O que esperar do espírito brasileiro depois dessa derrota gigantesca para o bom senso? A política continua dizendo "fodam-se", as pessoas continuam fazendo o que dá pra fazer, e eu aqui. Eu aqui vendo tudo através de uma mar de informações.
A gripe chegou por aqui esses dias. E nem bem chegou e já estão em pós-pandemia. O mundo pode até está em pós alguma coisa, mas o Brasil? Não meu caro, o Brasil está moribundamente se arrastando por ela. E já considerei esse ano como perdido. Já era. Até tentei criar projetos e desenvolver coisas lá antes da segunda fase. Depois que tudo deu errado por incompetências alheias. Eu parei de ouvir que a culpa era da pandemia, do COVID-19, e apenas abracei a ideia do governo: "fodam-se". Passei a negar tudo e qualquer coisa que envolvesse um começo. Mais nenhum projeto com ninguém este ano. Assim, não ouvirei mais nenhuma desculpa sobre pandemia.
Se eu morrer mesmo em algumas horas, essas pessoas nunca saberão quem eu fui, ou para onde eu iria. Os conhecidos lamentarão por alguns segundos, os familiares farão as cinco etapas do luto e ficarão bem, já as redes sociais me perpetuarão para sempre o existir. Para sempre.
quarta-feira, 29 de julho de 2020
O mesmo time
Imagem de AmalasRosa |
Dialogar com alguém que pratica isso o tempo todo é enfadonho. O cunho olavista em oratória é altamente proposital, e esse controverso não faz isso baseado no charlatão. É um ato instintivo e bem tradicional de quem vem da religião. Nada é bom o suficiente e se perpassa para a ideia de aceitação. Tudo tem que ser no ideal imaginado por ele e acaba frustrando o mesmo.
Não tem palavra melhor para descrever como eu fico a todo momento presente com essa pessoa. O controverso é divertido em si, por essa habilidade de nem ele conseguir seguir seu próprio raciocínio, ao mesmo que me deixa triste por saber que aquilo vai minando seu humor até dragá-lo e triturá-lo dia-após-dia.
Metrô
Arte de @Bysau_ |
terça-feira, 30 de junho de 2020
O meu amigo é o meu amor
Imagem de Caleb ou só @porkironandwine |
segunda-feira, 29 de junho de 2020
Os sapinhos
quinta-feira, 21 de maio de 2020
As leituras da lista
Arte: Comfort Zone by Chantal Horeis ou @chantal_horeis |
quinta-feira, 14 de maio de 2020
Só quer ser
Arte heads in clouds por @chantal_horeis |
domingo, 10 de maio de 2020
Unhas Cortadas
Arte de @giopota_nsfw |
Esta é a palavra que define uma relação de convívio.
segunda-feira, 4 de maio de 2020
Sexta-feira ou o amanhã de ontem?
O café é religioso, a risada é a oração.
Ainda é cedo, o sol desperta ao som de Sweater Weather, a cama é arrumada, os lençóis dobrados, janelas abertas. Bom dia. O primeiro vento é sempre gelado, percorre o quarto como um cão raivoso, avançando, farejando e sem controle nenhum. Os pássaros já piam para lá e para cá. Árvores balançam saudando. Os vizinhos dormem, geralmente só abrem as janelas depois das dez.
terça-feira, 28 de abril de 2020
Tudo bem?
segunda-feira, 27 de abril de 2020
Por onde começar?
quarta-feira, 22 de abril de 2020
Convite
Existe vida na quarenta, assim como sensações e sentimentos. Tudo é multiplicado por mil quando se fala de si. É muita falta, é muita sobra, é muito tempo para poder se equilibrar. Saber que sou suficiente é satisfatório. Acreditar que serei o mesmo daqui ao pós quarentena é, deliberadamente, ilusório. Não quero que essa fase seja apagada da memória das coisas, não acho justo com todo mundo que já se foi, não acho justo com todo mundo que ainda vai, nem com quem fica assistindo isso sem poder fazer nada. E neste nada maroto que imploramos por acontecer é permanecer em casa, o lar seguro de tudo e todos. Sem festas particulares, sem jantares, sem visita no final de semana, sem amores casuais nem humilhações sazonais. Se estar no quadrado continuar evitando o alastre da morte, continuarei aqui na sacada, café na mão, frio na pele, Low Hum aos céus e a reza ao infinito. Vem comigo, mas fique em casa.
segunda-feira, 20 de abril de 2020
Convide
Aproveito esta ultima para te dizer que o processo reflexivo é inquietante e divertido. Te mostro que essas questões promovem sabedoria. Vem comigo?
domingo, 12 de abril de 2020
Midnight dinner
segunda-feira, 9 de março de 2020
Pequenas Grandes Conquistas
Arte de Yaoyao Ma Van As |
Apenas o céu
Foto por @sanamaru O amargo remédio se espreme goela abaixo, a saliva seca e o gosto de rancor perdura por horas. Em vez de fazer dormir ele...
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Ele sorriu tentando não deixar a saudade escapar pelos olhos, o nariz começou a ficar vermelho e logo se abraçaram. Foi no portão de e...
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Foto por @sanamaru O amargo remédio se espreme goela abaixo, a saliva seca e o gosto de rancor perdura por horas. Em vez de fazer dormir ele...