sábado, 1 de dezembro de 2012

Ginger


     Brevemente o fim chegará, não sei ao certo se de fato será o fim de tudo ou apenas reciclagem anual. Não importando um ou outro, meu testemunho sobre 2012 é deveras necessário. Isto mesmo, para mim já não há o que se esperar em meros 31 dias de natalização, de harmônicos momentos e confraternizações. 
     Deve-se proceder de uma forma cínica as ações do destino. Por outro lado, a curiosidade humana tenta, mesmo que irracionalmente, dar sentindo aos oriundos mistérios perspicazes da vida. Não há nexo, razão ou  explicação para o propósito do significado. Vai ver deve ser assim, sem perguntas extraordinárias ou comentários tardios, a vida deve ser o que plantamos e colhemos e isso você me ensinou muito bem.
     A única pessoa que ousou me contrariar, fez-se dúvida em meios e meias verdades, usou de artimanha iconoclasta e pseudomirma todo o polêmico jardim de indagações que outrora fora deserto. Sim, esta fora você. Já potencialmente diferente só por não ser loira, tampouco morena, aquela que amaldiçoou a própria vida no momento que agarrou esta amizade, este amor único e ridiculamente infantil, tão íntegro em circunstancias que parece uma coisa nunca antes vista, ou melhor, nunca haverá outra vida como essa nossa. Me mostras meu mundo sem mim, me demonstra possibilidades que eu já nem quero ouvir, peço mais cinco minutos e você vem com o agora ou nunca. 
     Você é apenas uma extensão imaginária da minha vontade, minha parte imaculadamente boa, esperançosa em objetivos e desprezivelmente amável parte que não há em mim. Vulgar é teu físico aos olhos dos normais, já que não segue o padrão que nos é jogado como molde a ser seguido. E quem disse que queremos segui-lo? Até o teu abrir boca é diferente aos conterrâneos palavreados dispersos e por vezes fugazes. E disso eu sorrio com todo esmero.
     Queria que você entendesse que naquele dia nada importava, mesmo você tendo como um marco importante, mas... mas eu já não acredito nessas coisas e sabe por quê? Você me ensinou que temos que queimar toda a nossa essência vital durante todo o dia, do alvorecer até o crepúsculo e dia após dia nunca desistir. Ouço sua voz discutir com a minha consciência e todos os meus Eu's quando penso em fazer algo, muitas vezes você ganha deles só pelo simples fato de você existir e, talvez seja por isso, que eu apareço e desapareço de cena, para que eu não estrague isso que existe entre nós. Acho que isso é Só Para Raros. 
     Ainda não foi dessa vez que tudo fora tão perfeito quanto o paradigmado sonho de um perfeito dia de verão, mas pelo menos a angústia da solidão não te atacou, e se ela apareceu eu não percebi, ou simplesmente não quis ver por sempre orar pela tua felicidade. Acredito que vou ter que mandar ninjas acabarem com a saudade que te assola mais que nunca, e enquanto você não se sentir em casa, vou continuar a olhar com ternura o teu belo sorriso, mais não te empolgues tão facilmente, pois terei o mesmo cinismo e cara de poucos amigos enquanto estivermos em um dia comum. 
      Mesmo que o mundo acabe, você deve saber que tivemos a sorte de nos conhecer, conhecer um ao outro profundamente ao ponto de sorrir com as mais diversas situações no qual nos colocamos, acho que você também dançará comigo no frio da noite caso o mundo acabe. E se ele realmente acabar, você promete criar outro como criou este?
     Promete criar outro mundo de possibilidades e com o mesmo sorriso?
     Promete?

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