quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Respostas


     E quando ouso esquecer já lembrei. São tantas lembranças boas e ruins que fico em um mix de contraditório desenvolver, em aplicação difusa entre felicidade e raiva. De todos os aspectos o da saudade é o melhor, pois me vejo em um comportamento super estabelecido em pura aceitação do real mundo e com toda a fragilidade da possibilidade remota do transformar em ruínas. Saudades de um tempo que vivi com outras pessoas, outras vontades e hoje tudo mudou, como se a cada dia fosse uma construção contínua de capítulos totalmente novos nessa história. A minha história.
    Catalogado está todos esses momentos. Isso mesmo, muito embora meu bloqueio sobre coisas decepcionantes ainda atue, outras poucas circulam livres em seus compartimentos memoriais, o que não saluta em desdém. Cada carta é lida com a mesma alegria de outrora, cada detalhe, linha, curva, cheiro, imagem... Tudo é guardado sob mil chaves e baús, escrevo-me sempre que possível só para não esquecer a arte de encantar.
     Uma dessas eu escrevi em respostas ao que leio por email, pois é, incrivelmente recebo email sobre este caderno virtual. Muito me felicita em saber que outros loucos o leem. Loucos, ou curiosos ou buscadores de imagens, não importa muito. Já que pelo menos a música sentimental você escuta, algo de mim você leva consigo, e já é um começo. Teórico por natureza, sou virginiano completo, com todo o esteriótipo "exagerado" que se possa ter, somado com um ascendente duvido que é gêmeos, isso resulta é olhar dissimulado.
     Misterioso é o comportamento daquele que apenas observa e daí pode-se extrair, em supra-sumo ao ápice da (ir)racionalidade, uma resposta não muito simples e não muito complexa. Agridoce é o sabor de sua atitude, não é doce e não é ácido, amargo, estranho, não é de fato ruim, mas não é tão bom, ou seria ótimo por não ser comum ao paladar? Poderá até buscar um nexo causal ou fator preponderante, mas tudo não passará de subterfúgio de própria vontade para dar razão as circunstâncias outras que povoam a minha mente.
     Não dou pontos sem nós. Não faço/digo nada que não pensei em outros finais, vivo em constante predeterminação do futuro, como um vidente que conhece as variadas e subsequentes consequências de suas ações ou omissões. E apenas por isso é que seja tão previsível ser eu. Indiferente feição aos milhares de pensamentos que percorrem o que vejo, sinto e ponho em teste. Mas nada que exorbitante em respostas, pois tenho que ser o mais prático e sensato com tudo e todos, e com esse "todos" é que sou uma incógnita de vontades e finalidades em reflexo ao que elas apresentam por verdade.

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