Por carência ou não, sinto falta de um abraço. O sentimento de proteção que dar-se ao abraçar é tamanho valoroso quando estamos com a guarda baixa, com frio em mente e debilitado senso de estima. Desesperam-se aqui e ali, pulando de braços e abraços os tolos que não se pré disponham e se conhecer intimamente, sendo mais fácil suprir a necessidade contida em si, noutrem. Mas quando falamos em dormir, ainda que seja ato individual por excelência, a proteção de um abraço torna substancial a noite de sono acometida.
As melhores noites de sono, independente de sexo, raça, e outros "blás" é realmente uma noite com alguém que gostamos, essa ao qual nos apegamos de forma simbiótica. União de dois corpos em maior momento de fragilidade cultuando o lírico. Dormir com quem gostamos é demonstração master de cuidado, é nesta fase que dormimos estranhos, tortos, e às vezes até mal dormimos já que o subconsciente enquanto se adapta ao corpo estranho em leito fica nos despertando por vezes, acredito que haja aqueles que "morrem" na cama, mas também acredito que eles não atropelam ninguém.
Quando acostumamos a dormir assim é dificultoso e desastroso o ato de dormir. Podemos dormir sozinhos mas sentiremos falta de algo, por mais que abracemos travesseiros ou a si mesmos. O calor, a respiração, os murmúrios noturnos, os entrelaçar de pernas que roçam em dança categoricamente lenta, os apertos, puxões, empurrões... Tantas, as coisas que acontecem quando estamos em estado REM que quando voltamos a si já temos em mente o corpo envolto ao outro.
Mesmo dispondo de medicação própria, fica complicado o ato de perecer ao sonho. Agonizantes são minhas noites preocupadas com o nada, apenas com o maquinário que subexiste dentro de mim. O mal estar é tão avassalador que prefiro ver o dia acordar do que debater-se contra a insônia do pensar, dos momentos revividos em mente, das projeções futuras, dos fracassos passados. Ao nascer do dia, a vida vai continuar. Entretanto, discursos não serão feitos hoje, relógios vão parar, flores não serão deixadas em parques, o trabalho ainda será feito, pessoas não vão se vestir de preto, bebês vão nascer, bandeiras não vão voar, o Sol vai nascer, mas nós sabemos que você se foi. Não dormirei bem.
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