quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Momento


     Seus olhos encheram-se de saudade. E ao contar sem detalhes sobre o ocorrido, ela viveu por um breve momento todo aquele amor. Apenas dois meses, disse ela falando sobre duração, mas seu peito contava mais do que aqueles dias, eram vários anos de paixão, de carinho, de problemas e promessas. Por fim, saudades.
     Não é questão de saber lidar com a realidade, mas ter em mente o que pode-se fazer quando o coração aperta na calada da noite, quando o silêncio é ensurdecedor, quando o frio percorrer o corpo sussurrando arrepio. Como pode você gostar tanto de alguém e você não poder estar perto dele? Isso corrói qualquer pessoa, mesmo entre brigas e discussões só a gente sabe como é gostar de alguém. Não é cegueira, é conforto. De algum modo, nem que seja miraculoso, esse alguém nos fornece uma paz, um refúgio, um amor.
     Espero que ela, figura simpática que recebe estranhos todos os dias como se fosse a primeira vez, esperançosamente aguardo receber daqueles lábios as boas novas, seja desse ou qualquer outro relacionamento, quero ouvir histórias confortáveis de felicidade. Ouço a tristeza com tanta naturalidade que um simples sorriso é destacável, principalmente vindo de alguém que você gosta, assim de graça, como se já  conhecesse por tempos antigos, um nexo amistoso que pode nunca se desenvolver, mas que naquele momento, só o conversar, desabafo d'alma triste, fora necessário para recomeçar.
    Talvez ela nunca supere a perda, talvez ela ainda sofra todos os dias ao acordar e não encontrá-lo ao lado sorrindo para ela com tom de bom dia, talvez ela encontre um novo amor, talvez ele volte para ela, talvez eles nunca mais se vejam na vida, talvez ele morra, talvez ela morra, talvez o sentimento morra naquele momento. 

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