Eu fiquei ali parado por vários minutos, esperando, na esperança de uma voz. Senti o calor se aproximar, era ele, mas não dei importância, não era meu objetivo naquele momento. Nada aconteceu. Seus olhos curiosos beliscavam meu pescoço e logo iniciamos um diálogo de uma pessoa só.
-Será que ele morreu? Perguntei.
-Ele já está morto.
-Eu sei, mas...
-Não sei, pode ser que ele esteja em mobilidade. Faz tempo que ele não se mexe?
-Fará um semestre na próxima quinta. Devo me preocupar?
-Talvez não, lembra que eu fiquei imerso durante quase dois anos?
-Lembro. Mas foi necessário.
-Eu sei, mas você também se perguntou se eu tinha te deixado.
-Verdade. Talvez seja mesmo mobilidade, mas não sei, não queria que fosse.
-Ele não vai deixar de existir, foi você quem deu vida ao pobre ser. Deu até uma inteligência que você mesmo duvida.
-Hahaha, isso é verdade. Sempre me surpreendo com o Mr. Edmond, mas ele sempre foi minha única companhia.
-Oi?
-Desculpa, mas ele não sou eu, tipo eu mesmo.
-E eu sou?
-Tecnicamente...
-Tecnicamente somos todos frutos da sua cabeça, até mesmo você.
-Hum... E você veio aqui para quê?
-Para te mostrar umas coisas.
-Seja breve.
-Como uma faísca.
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