quarta-feira, 10 de outubro de 2012

The Voice



      Fora através de um simples comentário que deixei a análise fluir. Era verdade, ela tinha toda razão e isso me deixava furioso, pois eu não havia percebido! Como me deixei esquecer de uma coisa tão simples? Tão minha ser deixada para outros comentários? Sim, eu ouço vozes. 
      Principalmente a minha própria voz, uma narrativa completiva das ações que vejo ou penso. Sempre que há imersão, quando fico em meio turvo à realidade, eu não penso, mas sim narro tudo o que deve ser visto naquele momento, podendo fundar teorias ou apenas sutil veneno. E logo após, volto para o real com o reflexo do pensamento pronto para uma boa escrita ou compartilhamento com os próximos.
      Sempre que estou ouvindo as vozes do meu ser, escuto ecoar "Daria qualquer coisa pelo seu pensamento", e isso me faz sorrir de uma forma psicopática, pois se eles soubessem o que penso, o que seriam deles? Esse é o problema de qualquer telepata, encarar os verdadeiros comentários inerentes ao que nos demonstram as pessoas ao redor, nem todos encaram os bons e maus comentários de uma forma branda. Toda pedrada dói, todo carinho acalma e todas as palavras são ditas sem reembolso. Por isso, pense duas vezes antes de fazer e três vezes antes de dizer algo.
      A voz que assombra minha mente pode ser meu Ego, Alter Ego, Id, ou um micro chip além-vida, não importa de fato, contanto que continue os pensamentos e dizeres estilo seriado americano. Com início, meio e fim. Nunca imaginaria ter narrativas circulando minha mente, como se eu contasse a situação para alguém, só espero que minhas expressões corporais não deixem transparecer meus reais instintos.
      

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