"Sim, eu estou bem", é assim que geralmente eu respondo para que as pessoas não fiquem com aquele ar de piedade e consigam seguir o que elas realmente querem fazer. Porque eu sei como é difícil você gostar de alguém e não querer ficar mais com ela, mas também não tem motivos para ignorá-la ou largá-la por aí. É mais uma questão de amadurecimento de caráter, somado ao sentimento e memórias boas. Isso a gente aprende com o tempo, com a vida. Primeiro é difícil você desvincular o hábito, o dia-a-dia que passavam juntos, que se falavam e dividiam praticamente tudo o que podiam. Segundo, depois isso vai morrendo, as coisas vão ficando espaçadas, o ritmo começa a ganhar espaço entre o pensamento no outro e quando você perceber, já se foram dias, semanas, meses, anos e décadas. Sim, as décadas também chegam e quando você perceber o quanto de pessoa já veio e já foi, vai entender que deverás carregar sempre o que tem de melhor de cada qual. Ainda que a relação fuja, suma, acabe por traição moral ou física, além de qualquer coisa, roube para si os sentimentos bons que o mundo te aguarda. Não cultive mágoa, raiva ou qualquer outro sentimento ruim por muito tempo. Deixe as coisas decantarem dentro de ti, e refaça os teus próprios passos para a felicidade. "Sim, eu estou bem", repito para que você me deixe te deixar tentar ser feliz, porque âncoras como eu, por mais que consigam ir pelo mar quando há um barco, ela sempre, eu disse sempre, irá tentar te levar para baixo. Âncoras servem para dar estabilidade quando chega ao fundo, essa é sua função plena. E a estabilidade é justamente você perceber que não vale a pena carregar uma âncora por aí se você pode ter um motor de ponta e nunca precisar desse tipo de material.
É interessante quando você para pra pensar em algumas pessoas que te fizeram bem por um tempo, como aqueles momentos únicos caíram no esquecimento por desmerecer aquela pessoa. Será mesmo que vale a pena esquecer tanta coisa? Ou melhor, será mesmo que vale a pena ficar pensando em ter momentos bons assim? Acredito que a questão por agora seja exatamente continuar dizendo que está tudo bem, assim ninguém fica incomodado em parar a vida por uma causa perdida. Convencer todo mundo que tudo está legal, so cool, e quando derem por si, serei apenas outra memória.
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