Bom dia.
Não importa qual hora seja agora, desejo-te um Bom Dia. Isso mesmo, um vibrante e saudoso Bom Dia. Ter um ótimo dia independe se é claro ou escuro, se há sol ou lua no céu, um bom dia é aquele dia que você lembra na hora, exactamente na hora que alguém diz "Bom Dia" e sua memória escala todas as positividades, sua fé emana aura escarlate, um sorriso abre de troco e você responde sem hesitar. E é nesta cortesia que também desejo-te um Feliz Ano Novo.
De tantos acontecimentos bons e ruins, bem ruins por sinal, acabei deixando na esquina das obrigações o meu espaço preferido, o único local onde sou verdadeiramente eu sem ninguém para colocar o dedo em riste. E como primeira postagem deste novo ano, que pra mim não significa nada demais, deixo apenas uma escrita muito bela e conterrânea.
"Deve-se escrever das mesmas maneiras como as lavadeiras lá de Alagoas fazem o seu ofício. Elas começam com a primeira lavada, molham a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, torcem o pano, molham-no novamente, voltam a torcer, colocam anil, ensaboam e torcem uma, duas vezes. Depois, enxáguam. Dão mais um molhada, agora jogando a água com a mão. Batem o pano na laje ou na pedra limpa, e dão mais uma torcida e mais outra. Torcem até não pingar do pano uma só gota. Somente depois de feito tudo isso é que elas dependuram a roupa lavada na corda ou no varal, para secar. Pois quem se mete a escrever devia fazer a mesma coisa. A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso, palavra foi feita para dizer."
- Graciliano Ramos.
- Graciliano Ramos.
E é por mais este motivo que considero o aparato de escrever como forma de sobreviver, viver sem consequências. Torno oficial a nomenclatura de escritor. Agora faz-se mais que necessária a lapidação entrelinhas de todo método e suporte, quem sabe agora os frutos amadureçam, os rios transbordem e as palavras... ah, as palavras façam o meu sentimento marcar teu ser.
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