"É mágoa! E o que eu choro é água com sal."
Dar-te-ei três tentativas. Caso não consolide a solução da lide, sinto dizer em desprazer o meu adeus.
Desculpar-se é muito mais do que uma cordialidade de arrependimento, é ato bilateral de compreensão, covardia e orgulho, vorazes momentos de angústias. Abaixar o ego em sacrifício de uma relação, às vezes, é o melhor a se fazer.
São três strikes. O primeiro, e quase sempre mal sucedido, é no automatismo. Quando a gente quase nem sabe o que fez, mas de algum modo fez, vamos com calma e nos desculpamos. Mas o outro, ainda em prantos ou fúria, por simples egoísmo do ego ou cabeça-dura não aceita dar o perdão. Deve ser a dor que ainda lateja em alma, deve ser a confusão de situações e explicações que povoam sua mente combalida. Recebemos o não e tentamos outros "sim", insistimos, mas de nada adiantará e se sim, não será de total verdade. As tentativas seguidas em insistência são fuzilamentos que apenas complicam mais a situação, o certo é esperar o momento para conversar.
O segundo momento, quando a coisa está mais amena, quando as emoções estão enfraquecidas, passando um pouco de tempo tentamos novamente nos desculpar. Não tem chance correta de um êxito, porém pode ser que surja um perdão daí. Continua, então, o silêncio que emudece o peito. Um presente ou outro, meio que distante, pode ajudar no solvimento do problema. Entretanto, aja defensivamente.
O terceiro e já longe do início cronológico é o mais sensato. Passou-se o tempo, sendo verdade ou mentira, problema simples ou deveras complicado, o tempo decanta as emoções, o ódio se torna chateação, o copioso choro agora é alento, a traição tornou-se memória. Não há exata cronologia para o terceiro e último strike, podendo ser depois de semanas, meses ou anos. O que vale é a oportunidade de pedir desculpas, deixar tudo para trás, ter um novo começo, controverso recomeço de uma simples lembrança.
Note que quanto mais o tempo passa, mas experiente ficamos, mais problemas e soluções surgem. Tomaremos como duas vias o terceiro strike, tornando-nos perspicazes ou insensíveis. De um lado um paciente que aguarda uma nova chance, do outro alguém que ignorou os sentimentos de um querido. Em rente o orgulho, que nos não nos deixa ajoelhado em demasia, a humilhação não é pedir perdão, o tentar resolver conflitos não é mendigar uma desculpa.
São sempre três tentativas absolutas, depois disso. Adeus.
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