segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Vollmond


     A lua cheia é mais uma forma de contagem temporal, pois sabemos que em breves trinta dias ela retornará com toda a sua pomposidade e fascínio. E nesses marcos naturais de tempo é impossível não relembrar bons momentos de observância ao natural, não importando a época ou pessoa, ficando apenas o calor do sentimento e a saudade que agarra o peito em quase tormento.
     Certo, é outra noite que se vai e podemos até não correr atrás. Não precisamos ir muito longe para saber sobre qualquer pessoa, alimentar tal situação caberá a cada um, há quem goste de tentar reviver algo bom que acabou e há quem procure novas experiências ou até mesmo não procure mais. Tudo é uma questão de assimilação de tais memórias.
    "E hoje eu caminhei a praia inteira, com os pés na areia e o coração em alto mar."
    Em tempo de sublimação lunar, não sinto falta de nada mais além de uma boa conversa ao som do mar, com direito a imersões em contos fatídicos e carinhos avulsos. E Olhar para o céu e não lembrar de alguém é como tomar água e não molhar a garganta, fisicamente impossível. Não é só a lua que grava tudo em mente, mas toda a magia que banha as noites com o reflexivo brilho do satélite terreno.
    Um luau com amigos, uma reunião de família, uma fuga com o amor... São tantas coisas que possam agradar a lua que nem pensamos em outra coisa a não ser comemorar mais um mês que se finda. Deve ser por isso que os desejos se afloram junto a maré que se faz alta em tempos assim, tudo fica muito intenso e salutar perceber. Até o toque, a palavra, o olhar... Tudo na fase do ápice lunar torna-se totalmente potencializado, e se duvidas de mim, corte teus cabelos em dia de lua. Arrisque-se.



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