Apressadamente. Essa poderia ser a palavra resumo de tudo o que acontece: apressadamente. Tudo ficou rápido, o relógio de pulso marca 22 horas e não mais 24 como era na ultima década. Instantânea foto, vídeo, documento, vida. Tudo na hora, pronto, fastfood, fastfoda. Delicado se tornou assunto banal, e outras palavras como calma, calmaria, esperar, relaxar, desfrutar, brisar, marasmo, pacato e todos esses derivados e sinônimos que nos traz paz foram revogados tacitamente. São trabalhos vários, um atrás do outro, sem pausa, sem prosa. Estudos, pesquisas, trabalhos, conversas, saídas, encontros. De segunda a segunda, apenas saberemos que as datas passam porque vem carnaval, aniversário, virada de ano, páscoa, são joão, pais, mães, natal, férias, não nessa ordem, mas ordenadamente grafados na tabela de coisas para entregar/fazer. Tudo marcado em folha, no alarme do celular, nada pode se perder. E o que seria da criatividade se não fosse a pressão? Pressionando os dedos nas têmporas, tento rever o que esqueci. Sinto um vazio, sei que esqueci algo, mas o quê? Ou melhor, quem?
Qual foi a ultima vez que eu fiz algo pela primeira vez?
Uma sistematização de atos seguidos escorrem meu dia. É sempre saindo de um para outro, sem precisar pensar muito, tudo robótico. Automato.
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