Ao me deparar com o fracasso de uma consiliação de desejos e afetos, me dei conta do impossível, que é essa tal junção de fatos, casos e sentimentos. juntei pedaços dos passados, as conquistas e falhas. Percebi que eu nunca fui transformado, mas sempre fui o agente transformador. O que eu fiz? Apenas respirei fundo, olhei para trás e gritei: FODA-SE!
Eu perdi o meu jeito. Perdi o meu caminho. Perdi tudo.
O que eu tenho hoje não dá para reconstruir metade do que eu perdi. Tomei posse de todo o desespero latente de alguém que não temia nada, que não queria nada, que existia e nunca se permitiu o impossível. Tudo começou a queimar. O interno se revirava, o externo era vazio, logo tomava forma, espaço, mentalidade... estava vivo... vivo.
Era quente quando eu acordei naquele dia de primavera, mas eu sabia o que estava por vir. No banheiro daquela casa, lavei o rosto, fiz a barba, escovei os dentes e fui ao chuveiro. A água quente caia e derramara em mim todo o seu poder de limpeza. Em câmera lenta habitei um cúbiculo de potencial sublimação, era apenas torpor. Os pensamentos do meio invisível era tão poderoso e tão convincente que me fez perceber o quanto eu estivera errado, o vapor me mostrara como agir a partir dalí. Os quadros do subconciente eram explícitos e sua movimentação naquela porta de vidro era, assim, inconfundível.
Quando não se tem um ponto de restauração, qualquer dano é irrecuperação e devastador. Me dei conta que era tão simples liberar a fúria, leia-se desejo, de vivência. Foi um dos banhos mais restauradores da minha vida, perdendo apenas para aquele no qual eu quase morri depois de tanto bater e panhar em uma briga. Decidi depois disso, tudo eu deveria tomar como ponto de caos, era ou SIM ou NÃO, era AGORA ou NUNCA, 8 ou 80.
Não se pode criar possibilidades, apenas seguí-las. Para seguir algo, deve-se primeiro saber onde se encontra. Estou em busca dessa tal possiblidade que me abriu os olhos, porém não tão inocente como antes, me tornando mais um na multidão que faz o caos.
Posso deixar a luz um pouco, talvez nunca volte das trevas. Talvez me torne uma pessoa perversa, intragável e não mais inexorável, mas eu tenho que tentar, tenho que me agarrar a ponta de esperença no outro lado para poder finalmente dar um basta nesta coisa chamada turbilhamento de cobiça afetiva.
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