Após um dia cinza de muito conflito, me deparei com a unica pessoa que poderia mudar meus ânimos. Porque era a unica que realmente poderia dizer algo para melhorar meu humor, os amigos sumiram de vista por um bom tempo e mesmo que eu não possa contar com eles, tento achar que tudo ainda vai dar certo. Em depressão momentânea, ouvindo radiohead, meu telefone tocara e atendendo a chamada com poucas esperanças, algo que me corroeu por algumas horas me fez mudar de pensamentos.
-Está afim de aprontar amanhã? Disse ele com tom de segundas intenções.
-Depende o que seria "aprontar". Respondi sem pensar duas vezes.
-Diga apenas sim ou não. Continuava.
-Sim! Exclamei por instinto.
-Ótimo, afirmou como se já soubesse, depois te ligo pra confirmar.
-Mas...
-Nada de "mas"-Interrompeu ele- relaxe e deixe comigo.
Passei o resto da noite e a manhã seguinte em dúvidas sobre o que tinha dito e o que me esperava. Não sabia ao certo se tinha feito por querer ou por apostar numa situação inusitada. O dia se passou como se não houvesse nada mais para acontecer, apenas esperar uma resposta. Lembro que a hora marcada era as 14 horas, sim a hora da confirmação seria essa. Mas as 13 e 53 meu celular tocara, não tive receio em atender, mas estava escorrendo curiosidade de meu sorriso. "Está tudo certo" foram suas primeiras palavras, seguidas de "no Shopping até as 16 e 40". O ponto de encontro e a hora determinada fora ótimo, me fazia viajar em flashbacks. "Não esqueça o casaco!" foi sua frase mais importante.
Lembro que insisti muito pra poder ter a informação do que seria "aprontar", naquele caso significava viajar, mas não pra uma praia, interior ou coisa do tipo. Era viajar pra outro estado e pior, viajar para um festival. Acho que a forma de ir foi o que me consumiu, pois sabia que teria que ter um álibi forte pra poder ir. Não aprovo esta ideia, mas qual jovem não mentiu para os pais para poder fazer algo que certamente eles nunca aprovariam? Até eles já fizeram isso. Qual foi minha saída? ligar pra amigos pra dizer que iria passar a noite lá.
Não bastando essas desculpas juvenis, que sempre funcionam por sinal, tive que bolar um plano. Um só não, vários. Não sabia como era o local e o que eu ia ter que levar, pensei em mil coisas, mas no fim armei meu kit de sobrevivência básica. Álibi pronto, mochila nas costas e pé na estrada. Isso foi o que pensei, pois quando cheguei na principal, havia um engarrafamento Ginorme! Os minutos passavam assim como as pessoas, mas os carros, ônibus e outras coisas com rodas ficam presos ao chão. Não bastando todo esse problema tinha esquecido de pegar algumas coisas, como sempre acontece numa saída inesperada.
Logo estava eu no shopping da cidade, procurando o anfitrião. Eu em desespero por causa da hora, e ainda paramos para ele provar e comprar uma camisa. Isso nos fez chegar atrasados na Praça da Bíblia.
Abrindo um Parênteses sobre isso:
(A praça da bíblia era sempre local de encontro para as excursões, viagens e saídas de Raves. Sempre íamos pra lá para saber como íamos para as festas duradouras. Isso nos velhos tempos, num período 2003/2007.Quem sabe conta!)
Voltando ao assunto... na praça da bíblia subimos no ônibus e logo de cara, todos lá dentro eram conhecidos, não fisicamente , mas de vista. Parecia um ônibus para ir a parada, pois os unicos não gays (aparentemente) subiram apenas perto da UFAL. Depois de conflitos íntimos sobre a veracidade de atos do outro. Seguimos viagem no crepúsculo, subindo pelo farol e pegando outras pessoas. Ao chegar em Rio Largo o ônibus estava quase todo completo, mesmo sentado no início do mesmo, podia-mos sentir a energia e agitação do povo do fundão.
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