E, agora com a paisagem passando como se me dissesse "vem depois, mas venha", penso nas palavras dela. Talvez ela tivesse razão, ir à praia sozinho não seria algo tão desagradável. Pois bem, meus pés fritam sobre a areia fofa, mas não incomodam ao ponto do desespero, a brisa sacoleja para frente, derrubando as ondas. O refrigerante proibido é praia. Areia, mar, música aos fones, ventania, refrigerante e muito "não obrigado e não agradeço". Infelizmente, o consumo na praia é líquido, não me atrevo aos caldinhos, casquinhas de siri, e todos esses petiscos do mar, seja camarão ou qualquer tipo.
Estar na praia tão logo me remeteu ao passado, como eu vim sozinho, deixarei o passado para longe. Desculpe, vou ler um pouco, um Tubarão para ser mais icônico; até a volta.
Só voltei por dois motivos: 1) Péssimo lugar para ficar e 2) item 1 várias vezes. Não que eu seja o avaliador nacional de praias, mas o lugar que eu fiquei era péssimo e não repetirei. Fui deixado às traças-marinhas pelo fato de estar sozinho, numa mísera cadeira de praia, com um livro na mão e um guarda-sol serelepe. Chegar cedo e escolher onde ficar é a melhor coisa e, assim, fiquei estratégico, fora da passagem, longe de churrasquinhos e próximo à visão do garçom. Falhando miseravelmente em ser atendido, tinha um trio elétrico portátil por perto, não consegui identificar de onde vinha, então guardei meu praguejar. O sol batia forte, minha fome também, tudo o que tinha no cardápio (antes de ser levado violentamente da mesa) eram coisas do mar, ou seja: fome. Vale frisar que quando cheguei eram três cadeiras, uma foi tomada sem qualquer cordialidade, como se eu não fosse merecedor de qualquer justificativa, afinal de contas eu fui à praia sozinho. E, por cargas d'água alguém repetiria isso de ir sozinho?
Te respondo com sinceridade, pelo simples fato de querer algo e ter algo. Não precisa ser nenhum X-men para poder fazer algo que gosta numa proporção tão fácil. Morar no litoral e não ir à praia é sim desmerecer a qualidade da habitação. São pontos positivos: o sentimento de fazer algo que deixei de lado faz anos; sentir o frescor das gotículas salgadas do mar que convida ao banho; pisar em areia e mitigar a compaixão do areal tão fofo quanto firme, demonstrando como é maleável o prazer de ser; o calor que em outros lugares é terrível, lá é tão .
A praia de hoje me resgatou acontecimentos de época de férias, ao qual eu ia todo sábado encontrar amigos. Passar um tempo na sombra ao som de músicas aleatórias e boas por sinal, conversar sobre coisas e pessoas, se sentir importante por ter um ponto de encontro. Coisas que parecem tão novelísticas.
Agora me parece tão estúpido a narrativa de um mero dia na praia que nem me recordo a playlist, mas tinha muito de Pop, estilo Love To e Halsey, teve muito de imaginar o tubarão comendo todo mundo também. Fazer o quê? Coisas da vida. Voltar aos pequenos prazeres, porque se privar de viver é lamentável.
Ah, outra coisa, se tiveres titubiando sobre, vai lá no http://calmacamilablog.blogspot.com.br/ e abraça a ideia.
He walks away
The sun goes down
He takes the day but I'm grown
And in your way, in this blue shade
My tears dry on their own
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