Fragmentadas nos cantos do céu, elas permaneciam brilhantes. Pequenos pontos azuis. Observei sem me preocupar onde eu estava, quem eu era, aonde eu iria. Fiquei ali. Contemplei os céus e a cor que dele brotava. Todo o ambiente se inundava em calmaria que perturbava. Algo dizia que era mais uma vez, talvez a ultima, que as cores do mar iriam invadir meu eu.
Pode parecer um pouco triste, porém a iluminação combinava com tudo. Decorava bem ao se derramar pelas paredes, riscava calculadamente os armários, fazia as letras dos livros boiarem confortavelmente. E a mim... Bem, eu era só um corpo. Enrijecido pela vontade de não ser nada nem ninguém, e era exatamente isso que eu eu ali. Nada além de um ponto azul, em imensidão profunda e azul.
O gelado chão que aquecia minhas costas foi ficando distante, era hora de seguir em frente. Pouco salutar é o desejo de mudança, mas alguém tem que fazer alguma coisa. Não adianta ficar na zona de uma só verdade e esquecer por um momento que nada existe. Porque tudo continua a acontecer. E eu preciso acontecer. Foi então que, ainda sentado em lótus, abri os olhos e capturei toda a luz para dentro do ego. Pereceu a carne, firmou-se a perspicácia por outra vez.
Não importando quantas vezes mais eu volte aqui, sob a cor da perpétua da certeza, eu estarei livre para lutar por aquilo que ainda não teve vez. A coroa não vai cair, ela será derrubada. Será violentamente jogada ao chão, toda a mediocridade cairá junto, por terra. Rápido e vorpal. O ataque com a inteligência nunca deixa transparecer, meio ironia, meio destino. Ninguém nunca saberá o que aconteceu, apenas verão a ascensão do justo.
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