sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Robótico



  O Homem de Lata, depois de uma pausa. 

- Para mim, cérebro tem pouca importância.
 - Ah!... Isso é porque deve ter um bom cérebro – apressa o Espantalho.
 - Não. Minha cabeça é completamente oca. Mas já tive cérebro e coração. E, por ter experimentado os dois, prefiro mil vezes o coração.
 - Uai, por quê? - Isso é uma longa história.
 - Prometeu contar para nós – recorda Dorothy. 


       Entre tantos contos e outros pontos, a mágica de Oz é uma figuração circunstancialmente concreta aos meus olhos. Abordando tantos assuntos sociais de uma maneira sutil e bem valorizada por aspectos peculiares dos personagens, que deveria ser um livro bem-quisto aos lares comuns, tal como O Mundo de Sofia.
      O paradoxo entre amor e razão é claramente destruído pelo personagem que escolhe o amor como sua forma de pensar, não significa que ele seja burro ou inteligente, mas que o sentimento que tivera o tocara de uma forma tão avassaladora que, mesmo não tendo um coração, possui em sua mente as lembranças de como é amar e o vácuo em seu peito clama por um calor que nenhum outro órgão pode oferecer.
      O palpitar acelerado do coração ao ver,pelos olhos de robô, a pessoa amada, o embrulho de lepidópteros   no estômago niquelado e o ranger das articulações sob desejo, fizeram o Homem de Lata buscar o amor. O que é contrastado pela realidade atual, onde parafusamos o máximo de proteções contra os ladrões de afeto ou exploradores de mundos, onde nós queremos ser frígido e insensível para não mais sentir a dor que é amar.
       [procurando peças]

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