Dentre todas as voltas que a vida nos fornece em troca das nossas escolhas, as voltas que os ponteiros dão, são mais sutis e graduais que possamos perceber. As horas passam demasiado depressa para os que trabalham e vagarosamente para os que esperam, assim, para cada acalento do peito, há um correr trespassado de expectativas. Não preocupa-te com as horas, abstraia o hábito de se pontuar em paradigmas cronológicos, escape a mente da perseguição do tique-taque.
Não existe mais a ciência das vinte e quatro horas de um dia, é bem menos que isso se você olhar bem. O fluxo de atarefamento nos preenche a grade que esquematizamos para suprir as lacunas do dia, tanto é que adentramos na madrugada, que seria de repouso, com nossas preocupações e prazos, e ainda assim, sem o merecido sono, às vezes não damos conta de finalizar aquela atividade. O descanso merecido sempre fica para o depois, acumulando com o sono de ontem e provavelmente será somado com o de amanhã, deixando o corpo abatido pelo sucesso de um dia proveitoso, essa é a expectativa.
Pode-se ter todos os problemas para se resolver, todos os lugares para ir e tantas outras pessoas para falar, mas de "tantos" e "todos", apenas não esqueça de ter tempo para o que te faz bem, não prive-se de um minuto de felicidade própria, de um afago na saudade, de um sorriso tímido ou uma mordida no tão desejado bolo de chocolate. O tique-taque é um ritmo que não sucumbe ao passado e por mais repetido que seja, ele sempre é o futuro te dizendo em que passo você está, Tique (Pense em algo) Taque (Faça algo). A compassada onomatopeia não pode se repetir, uma passo para cada som, um pensamento para uma atitude, é assim que deve ser o pensamento de um dia, ficar na expectativa não gera frutos, a combinação desses dois sensos é cíclica e efetiva.
Tique...
Taque...
Tique... tique...
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