domingo, 5 de maio de 2013

Rawh!


  Onomatopeia que descreve o som de um dinossauro. Um grunhido que demonstra agressividade, mas de fato é utilizado apenas para comunicação casual ou especial. A palavra "rawh" significa qualquer outra palavra que você queira, seguido propositalmente de uma gesticulação precisa, de todo modo tal expressão é desmembrada de maneira carinhosa e faceira. E por estes e outros tantos motivos, sublimei a essência do linguajar dinossaurino em alusão aos majestosos rugidos.
 O Panthera leo, em sua forma diminuta, possui um timbre singular que graceja um rugido. O som é meigo e lembra exatamente o que um rawh transmite em sua característica primordial. Justamente o que me vem a cabeça quando ouço algo parecido, relembro o teu manifesto em plena intimidade. São pequenos traços, de linguagem e técnica, que me mostram significantes e, às vezes, intrigantes objetos de análise. O rugido é marca registrada, bem como o andar que desfila em aceleração retrógrada e a degustação sonora conjunta aos complementos de imaginação ou continuação das ações oníricas. 
 É difícil encontrar algo que brote-lhe sorriso em tempos de hostilidades gratuitas. E das coisas mais simples, como o céu da manhã do quarto dia, é que se pode obter momentos únicos de satisfação plena e que ainda há uma felicidade latente que aguarda o atiço. Um aperto, uma mordida, um rosnar, um soluço involuntário... Tudo isso me faz perceber que o simples é mais saudável.
 Ouvi algo que eu sempre me perguntei se seria, e me fora confirmado. Radiante minha mente vagou por outros bocados a partir dali, foi um instante, um mero fracionar de segundos que me mostrou além do que eu jamais vi, vi um futuro em si. Sem expectativas, sem frustrações, só o dia após dia sendo feliz com aquilo que eu mais amo, as pequenas coisas, a busca da acensão, o acreditar no impossível sem julgamentos e com as mãos dadas para o mundo de possibilidades. O mais impressionante é que esse tipo de coisa só pode ser apreciada com a raça que possui um rugido perspicaz, um timbre específico, um movimento que denuncia afeto, sim são seres raros, porém não difíceis de serem vistos aqui ou ali. Cada linhagem desse tipo de criatura têm uma cateterística que conquista, que abrilhanta os olhos, que rouba sorrisos, que arranca suspiros e faz um bem danado. 

 Você já ouviu algum "rawh" por aí?

 Eles são expressivamente cativantes, não são de logo o mesmo rawh, entretanto se apresentam de outras formas, um apelido, um bordão, um gesto maroto, um dedilhar... Será sempre a expressão, fonética ou gestual, que te fará se sentir bem, onde lembrarás mesmo em tempos ruins que existe algo bom no mundo, será isto que te marcará para sempre quando você ouvir o mesmo nome daquela pessoa, será a primeira coisa que desejarás esquecer naqueles momentos de raiva, mas esta marca, esse ressoar de felicidade agregará teus preceitos de alegria, somar-se-á ao teu conjunto de coisas boas da vida e por fim repousará na lembrança de um instante perfeito.



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