domingo, 12 de maio de 2013

Na Rua.


O corpo pode ficar parado, inerte, convencido que a respiração é sua única fonte de conforto, mas o movimento tem que ser visto, sentido ou preposto. A continuação do pensamento é mecanicamente estabelecida ao movimento, quanto mais síncrono e organizado, melhor. Como em um sistema repetitivo, o pensamento também é derivador de colisão e confusão, pois uma hora ou outra ele trava, encolhe ou expande-se. Não seria diferente em tempos de fusão entre valores, quando a mente se perturba demais, ao ponto desta não conseguir foco e a pupila dilatar, se faz necessário um ponto de repouso, com movimento, para que o pensamento escoe naturalmente pelas vias tradicionais. Geralmente, nas vielas, encontramos o necessário para fazer uma fluição de pensamentos preponderantemente apáticos, sacudindo e realinhando os mesmos, abstraindo as coisas ruins e falíveis e realizando uma avaliação precisa.
Um caminhar, de mente aberta e olhos fechados, pode ser a única solução para um momento de hostilidade mental. Sem rota, sem destino, sem perspectivas, sem telefonemas, sem agendas, sem alegrias, sem tristezas, sem pensar. Esvaziar a mente também é pensar, é a coisa mais certa a se fazer nesse tipo de situação, o bom mesmo é ter um espaço para tal feito, uma caminhada pelo jardim, um banco de praia, uma volta de moto... observar o meio ou fazer o meio te observar, não importa, tem que haver movimento. Se você se trancar para o mundo, apenas surgirão coisas ruins ou pensamentos flanqueadores, se você sentir a vida transcorrer o natural, verá que as possibilidades são infinitas e muitas vezes positivas.
Cada indivíduo sabe a hora de colocar a mente em rotatividade, cabe a cada qual escolher a melhor maneira. Entorpecentes ou festas acabam desvinculando o objetivo principal que é o foco e pode nos fazer cair por mero tentar, nesses casos seria melhor trancafiar a mente e deixar o corpo em repouso, é saudável e seguro. Liberte o potencial ao máximo quando você souber domá-lo, ou ele te atacará em repúdio dos grilhões de outrora. Entretanto, alimente-o, trate-o bem, cresça junto, viva junto e em um dia comum saia com ele para passear. Estique-se. Movimente a mente, rente. 

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