quarta-feira, 2 de julho de 2014

Couple.




 Vivemos em um planeta com mais de 7 bilhões de pessoas, e você está aí achando mesmo que a garota do fim da rua é a única pessoa que você amará na vida? Sério?

 Acredite que do mesmo modo que você conhece pessoas em muitos momentos da vida, também conhecerá aquelas que proverá amor e ódio. Não se engane em se questionar onde ou quando, isso pouco importa. O que importa mesmo é o que você quer da sua vida.
 Isso mesmo. Se você não sabe o que quer para si, como irá então pedir isso de outra pessoa? Um conselho, se você me diz que não sabe o que quer, comece então pelo o que não quer. Vá por eliminação e afunile essa gama de questões que rodopia por tua cabeça inconsequente.



 Mais de 7 bilhões de pessoas, acha muito? 


 Você sabe me dizer o nome de todos os seus vizinhos? Sabe me dizer quantos anos eles têm? De onde vieram e talvez até o que esperam da vida, sabe dizer?
 O mundo acontece sem você. É a maior verdade que um amigo meu confirmou por esses dias, e é exatamente neste momento que você deve se perguntar por que diabos então eu devo me preocupar com os meus vizinhos. Pois é, não deve. Não de modo obsessivo, afinal de contas, você é o vizinho dos seus vizinhos.
 Daí, a metros de você está uma gama de sentimentos oriundos dos mais variados valores e conquistas. Isso dos mais próximos, agora vá subindo a visualização mental até chegar a ver a cidade, suba mais um pouco e verá os estados, vê as luzinhas iluminando as coisas? Suba mais.

 Umas 7 bilhões de pessoas falando diferente, comendo estranho, falando coisas indecifráveis.
 7.
 Sete.
 E por quantas noites você já chorou por ser abandonado? 
 E por quantos dias você já desejou não atravessar por estar com aquela ânsia de morte por ter o coração arrancado, dilacerado, engando, ignorado?
 7 bilhões de mini seres indo e vindo, com seus planos, com seus pecados, com suas iras mais humanas, com seus choros colhidos ao relento.
 Pobres, ricos, brancos, pretos, homens, mulheres, transgêneros...


 Há quem prefira os animais. Amando-os em todo seu curso de vida. Fiéis maiores que a Igreja da Ultima Salvação. Cachorros, gatos, peixes, iguanas, pequeno e fofinhos hamters. Quem diria? Amar animais por desistir da humanidade. Há quem prefira. Há quem seja feliz.

 Me desculpe, falei tanto que até esqueci de te perguntar: O que é amar para você?

 Cada um inventa um conceito que é mais agradável, mas como sentimento o revés é implacável. Não fique desesperançoso, os seres humanos têm a incrível habilidade de adaptar o amor. Então, se uma hora dessas você ficar triste por se sentir sozinho, lembre de limpar seu umbigo e olhar para os lados, existe vida fora do teu mundo. 
 Tudo começa com as situações mais idiotas, um breve olá, um aceno, uma indicação de livro. Pode ser qualquer coisa, mas nunca, jamais esqueça que a perpetuação de toda e qualquer relação é o diálogo. Não esse de 140 caracteres, "involua", seja praticante da antiga arte de conversar pessoalmente, por videochamada ou no máximo por telefone mesmo. Não pereça no mundo do superficial, saia de casa às vezes só para dar uma volta e imagine as pessoas e como elas levam a vida delas, como elas agem, o que elas querem, como será o dia delas ao chegarem em casa. 
Amplifique seu individualismo de uma forma que englobe os seus ideais e a aceitação que você é um micróbio num corpo com mais de outros 7 bilhões de seres fazendo mil coisas diferentes, em células diferentes, corpos estranhos, vírus, bactérias, Ozmose Jones.

 Não sei qual o amor em que você acredita, se é o de mãe porque você a perdeu, ou porque você gosta de mostrar aos outros por mera vaidade hipócrita, ou por achar que só falar é realmente ser um bom filho. Não sei se é o da tua esposa ou marido por promover um casamento sólido meia-boca, por uma perspectiva de vida medíocre, por cuidar dos filhos ranhentos ou dar-lhes a pensão merecida. 

 Exatamente não sei que tipo de amor vocês mortais acreditam que exista. O que vejo é sempre um carinho forte, uma prepotência exacerbada, uma paixão a cada seis meses como se fosse a primeira da vida.
 Amores dos outros, amores roubados, amores mendigados, amores requentados, amores empurrados, amores cômodos, amores violentos, amores sangrentos.
 Amores. Amar. Amor. Sete. Bilhões.

 Se um dia você quiser amar alguém de verdade, você nunca vai conseguir. O amor é tipo a Pedra Filosofal, está sempre contigo mas você nunca ousou em sonhar que ela existia, que ela aconteceu. Não poderá mostrar para muita gente, tem sempre alguém de olho para roubar a sabedoria dos antigos, a arte de viver para sempre. Como saber amar de verdade.
 E o melhor não é saber amar, ou amar de fato. O melhor é quando você sente aquele frio na barriga quando seu nome soa como exemplo de alegria, quando você ouve a voz dele ou dela e o sorriso brota na face. A vermelhidão toma conta, as mãos tremem leve, e você quer estar com ele/ela para sempre, com aquela pessoa. Não importa onde, não importa como, você apenas a quer perto. A preciosa.

 Sabe, em tempos de informações instantâneas bem que poderiam inventar aquela de levar o sussurro do bom dia para você acordar mais feliz.


 7 Bilhões de pessoas.

 E você quando cair em si, já terá tomado coragem para seguir o amor. 


 [Continua]

Um comentário:

  1. Tenho até vergonha de comentar aqui. Cara. Dá pra escrever mais perfeito? Eu acho que não. Nossaa, nossa. Parabéns. Amei.
    "O amor é como a pedra filosofal." K.F e suas frases de efeito. Queria ter esse dom de falar com esse sentimento. Mas eu tenho essa coisa de falar tudo correndo :)
    Parabéns.
    Abraços, sua amiga leitora Gih

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