quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Raízes


 Os dias se findam em descontento, acordam em esperança e regam-se por várias vezes contínuas de esmero ou desdém. Assim são os dias de invictos e pérfidos. São maldições e bençãos sistêmicas que deságuam em apenas mais um dia.
 Talvez hoje você não entenda ainda o porquê que as pessoas vão embora. Talvez ainda tente criar o pensamento reacionário que vigora em desculpas e mais desculpas, em culpa, em mágoa, em raiva, em próprio mal/bem-querer.
Assim são algumas pessoas.
Hoje, dia de pão de mel.
Hoje, dia de fome.
Hoje dia de correria, calmaria, pulsação, dilaceração, causa mortis, perdizes, algozes, marimbondos, incompreensão, trauma, estopim, conclusão, vertigem, calos, discórdia, amores ínfimos íntimos quase que tontos e certeiros, capazes de lograrem a maior maravilha de todas as proezas qualitativas de quantidades absurdas de vontade, sensatez, fim.
Todos os dias tudo acontece, morte e vida severina. transcrições de universo, de deus e do diabo.  Todos os dias acontecem todos os dias.
E você onde está?
Crie a perfectivação da indignação.
Questione, considere, irreleve, questione, considere, releve.
Ciclos são paradigmas contemplativos de qualquer cerimonial. Seja na vida ou na morte, seja pelo contraste ou por mero querer. Ciclos são feitos de atitudes e ética, moral e vida.
Hoje é dia de fogla, dia de trabalho, dia de... de... dia de quê?
O que tem o teu dia?
Hoje não é mais um dia. Hoje é exactamente aquele dia. O dia que que você deixou passar tudo, deixou de lado, deixou pra lá, deixou pro depois, deixou pro nem quero mais. Hoje é dia do agora, da vida, da emoção, da exatidão voraz que você é.
Os pés soltaram faíscas quando você lambeu o vento com as palmas dos pés. A velocidade de correr livre é tão libertadora quanto se drogar, porém mais saudável até. Liberdade está dentro da cabeça. Isso não é baseado, não é sintético, isso é uma verdade sinalagmática.
Quando você está no hoje, no agora, na vida incrível e sem tempo para estapafúrdia, quando você perceber que os valores que enraizaram na alma é mais importante que a moeda. Aí, finalmente vai entender a beleza das tuas raízes, da tua história. Todo ser no universo é único, é perfeito pela sua própria natureza e passivo de compaixão. Compaixão. Palavra que quase todos esquecem o que é, de onde vem e pra que serve. É daí que surge a ajuda, o impulsionar e a esperança.
Quando se tem raízes, tem-se junto um sistema próprio de conceitos e percepções que não cabe julgamento. Cada ser tem seu próprio método de caminhar, avaliar e merecer. Não se preocupe em ensinar ao outro como ele deve ser. Dicas e sugestões são bem-vindas quando queridas, não avança etapas, não pule obstáculos. Sempre derrube as barreiras que te prendem, pois sem essa energia é impossível continuar.
Tenho raizes, sou fluida. Este é o contraponto que as pessoas devem viver. Não esquecer sua própria história, não ter vergonha da sua vida, das suas escolhas e sempre aprender com as possíveis mudanças. Mude. Não permita Deus que morra sem que volte para lá, a alma tem palmeiras onde canta o sabiá, o conforto em minh'alma deve ser resoluto. Um involucro único onde capture as certezas e reze em si.
Não tenha medo de fincar raízes nos céus. A crença no melhor também é importante. Nunca esqueça de agradecer aos que merecem, de ignorar os sem coração e de olhar com compaixão os que precisam. Aceite os defeitos que nascem contigo, conosco, comigo. Verás que é bem mais fácil saber onde regar quando se sabe o tamanho de nossas raízes. Alimente o bom, negue o mal, questione sempre o duvidoso.
Hoje é dia de final.
Fim de hoje, fim dos tempos, fim.
Hoje também é o início de um novo tempo.
Tenha raízes, seja fluida.
E quando não souber o que fazer, leia.



Apenas o céu

Foto por @sanamaru O amargo remédio se espreme goela abaixo, a saliva seca e o gosto de rancor perdura por horas. Em vez de fazer dormir ele...