terça-feira, 28 de julho de 2015

Ο Λευκος Πυργος


Faz quase um ano desde que proferi o nosso adeus. Lembro como hoje, levantei mais cedo do que de costume pelos motivos de sempre, aproveitar ao máximo cada nova experiência. E, assim como se nada fosse acontecer, fui acordar o dia. Abracei-me do frio daquela manhã de quase pós inverno, via da janela as árvores franzinas e polvilhada de branco. Uma fina neve cobriu a cidade a noite toda, protegendo tudo da escura noite, ela mesmo tinha preguiça de acordar tão cedo. O café suspirava em vapor, quase o mesmo da minha respiração, uma fusão simples que dizia Bom Dia. 
E preguiçosamente o dia foi acontecendo no hemisfério norte. A baía lá longe mostravam os barcos partindo para o novo dia, enquanto os vindos da noite descarregavam o peixado. Era meu ultimo dia nas terras do berço da sociedade e, no fim das contas, eu não aprendi nada sobre Estado ou Poder, mas vi muito de uma sociedade bem parecida com a minha. 
Quando você acordou eu já estava mais que pronto. Já tinha comido, tomado banho, me trocado e arrumado as malas. E foi com o olhar nas malas prontas que você suspirou fundo. É, era meu ultimo dia nas terras de Poseidon. Uma hora ou outra tinha que chegar, não havia mais motivos para eu continuar essas férias tão longas. Eu estava muito ansioso na verdade. Não por deixar tudo novo para trás, ou dar adeus aos 17 primos, 20 tios e tias e mais agregados que uma mini colônia de bactérias. Todos cantavam, abraçavam, riam, e me cuspiam para afastar o mau olhado. Recebido de presente os potes de melhor mel do mundo, coloquei na mochila, amarrei na mala e montei na moto.
Já era a terceira viagem daquela manhã, e praticamente a ultima. Pedi que meu retorno fosse de barco, e que meu voo fosse o ultimo, não queria voltar para a capital de avião ou metrô. Queria ir de barco. Ir para uma cidade litorânea e não navegar seria como ir ao parque de diversões e não comer maçã do amor. 
Desci na outra ponta do píer, dava para ver o grande castelo, eu já tinha passado por ele ao visitar os guarda-chuvas, mas preferi não entrar. Foi aí que eu acabei por esquecer de visitá-lo. Bem, quem sabe numa outra hora? Ventava muito e o mar estava revolto. Era o fim do inverno dizendo que ainda estava ali, e eu também estava, nós estávamos. Sorri ao pegar minha bagagem, você ainda estava com aquela cara triste. Sei que parece difícil, mas eu já tinha falado que isso ia acontecer. 
Nos abraçamos então. Demorado. A ressaca batia violentamente no quebra-mar, fez chover o mar em nós. O frio garoava. E continuava demorado. Pensei em dizer alguma coisa antes de pegar a condução e finalmente meu barco. Mas não consegui pensar em nada. Não era adeus, ou obrigado. Não era um despedida, era algo tão mais que isso, e tão bem menos. 
Nos fintamos e o semblante mudara, sorriu. Timidamente. Um canto e depois o outro. Os dentes não felicitaram, mas a lágrima disse silenciosamente "foi muito bom passar esses dias contigo" e ao enxugar ela com a ponta dos dedo veio aquele olhar dizendo "fica mais um pouco", o abraço dessa vez foi rápido, foi um "okay, pode ir agora".
Respiramos fundo, assenti. Peguei minha bagagem na motocicleta, ajeitei meu casaco e antes de virar para nunca mais voltar, sussurrei: καλημερα.
Não acenei de volta, não olhei para trás, não chorei, não fiz muitas coisas de adeus naquele dia. Minha volta para casa ainda não tinha fechado o ciclo da experimentação, e talvez nunca se feche, pois no fundo a gente sabe que o que é de verdade fica para sempre. πάντοτε.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

E se eu morresse agora?


E se eu morresse agora?
O que eu teria feito para me orgulhar?
Será que eu sairia daqui feliz por tudo aquilo que já fiz, ou sentiria vontade de fazer algo a mais?
Talvez eu quisesse realizar algum sonho...
Talvez eu tivesse algum sonho...
Quem sabe até eu tivesse deixando para amanhã muita coisa...
Eu sentiria saudade de muitas pessoas, mas não sei quem sentiria o mesmo por mim.
Não sei se chorariam pela minha ida, ou se pelo menos eu tinha dado motivos, em vida, para que quisessem chorar com a minha ausência.
Eu lembraria de tudo o que já fiz, de tudo o que já senti ou deixei de sentir.
Lembraria das vezes que sorri por alguém, dos momentos em que chorei, das vezes que odiei, da alegria inquietante das vitórias, das chances que desperdicei pelo medo, da sensação única do erro, da angústia repentina que às vezes surgia...
Lembraria das vezes que quis fazer besteira, e das vezes em que fiz besteira.
Eu lembraria dos meus sonhos.
Lembraria que tinha vontade de não ser como os outros, de fazer a diferença de alguma forma.
Se eu morresse agora, eu ficaria mal por não poder fazer mais nada, por simplesmente me lembrar do meu passado e ter que deixar as minhas vontades para trás.
Talvez eu saísse daqui sem ter sido sincero com as pessoas...
Sem ter dito o quanto eu gostava de algumas e o quanto eu não gostava de outras...
Quem sabe eu me arrependesse por ter perdido tempo com coisas insignificantes, comparada com a grandeza de outras coisas que eu poderia ter aproveitado... 
[E se eu morresse agora?]

Carta ao meu ex.


Querido ex,
Tenho que lhe contar que me apaixonei de novo. Mas por favor não interprete essa frase como se eu tivesse deixado de pensar em você. Apenas saiba que optei por tentar acreditar em meus sonhos outra vez. Sei bem que você irá olhar meu próximo amor e sentir ciúmes, não por eu ser perfeita, justamente pelo contrário, sabe bem dos meus erros, defeitos e imperfeições, mas sei que você olhará para ele e saberá que é o novo dono do meu coração, que terá sorte porque é meu o bom dia que ele recebe todas as manhãs, será das minhas brincadeiras que o sorriso dele virá fácil e rápido em uma tarde qualquer, você saberá muito bem que quando começar a chover forte, é para ele que ligarei por medo que a luz acabe. Você lembra como eu tenho medo do escuro.
Eu te peço, não me incrimine, me julgue ou tão pouco me crucifique por começar a gostar de alguém. Ao contrário do que muitos imaginam, eu sempre faço a opção de viver o presente. Gosto de pensar que ninguém entra em nossa vida por acaso, a verdade é que penso que os acasos são quem nos escolhe. O acaso sabe bem como cuidar da gente, mandou me você quando precisei de um abraço, mandou me outros quando precisei de atenção, quando foi necessário crescer em meio a escuridão. Talvez você não saiba, e eu nunca tenha te contado, mas o amor, querido, é um dom. Amar é para os fortes, para os corajosos.
Lembro me com clareza de cada pessoa que passou pela minha vida. E sabe de uma coisa? Ninguém se foi sem ao menos deixar um sorriso guardado aqui comigo. Por isso eu te digo meu bem, sou a junção da alegria com o amor e a esperança, pois cada um desses itens define a vida de quem acreditou em cada momento na sua devida singularidade, que deu as mãos sem medo do amanhã ou receio do ontem. 
Por isso querido amor, eu te peço novamente, por favor, não me julgue quando eu começar a andar de mãos dados com um estranho na rua, eu apenas me dou a chance não de te esquecer, mas de reviver todos os sorrisos que foram perdidos ou esquecidos em uma esquina qualquer.
Querido, foi por um sopro da vida que o coração do meu avô deixou de bater, mas não será nem por uma ventania toda que o meu deixará de amar e acreditar em verdades utópicas.
Lembra daquela canção que tocou no rádio do seu carro? Pois é, ela é a definição do eco que existe agora no meu coração.
“Amor, meu grande amor, só dure o tempo que mereça E quando me quiser que seja de qualquer maneira Enquanto me tiver, que eu seja o último e o primeiro E quando eu te encontrar, meu grande amor, me reconheça (...)”
Essa carta não significa que deixei de te amar, significa que resolvi aproveitar todas as nossas lembranças e me amar. Me despeço de você, mas saiba que nunca te troquei, apenas fiz o que era do meu direito: Amei outra vez.

-Marina Zotesso

domingo, 26 de julho de 2015

Eu disse corre...


O tédio dominical já fazia parte de mim desde a metade da semana. As cores dos dias e das noites tornaram-se um grande borrão. E mais uma vez, mais um desamor. É inverno no hemisfério sul, e as pessoas continuam se vestindo para o verão. Elas querem ver o calor humano na verdade. Isso é bem simples de perceber, mas porquê as cores também?
A força voltou, acho que ela também tinha ido à praia. Domingos são assim: praia, família, churrasco, shopping, família, fantástico. Meu domingo é assim: nada. Não que me falte coisas para fazer, não não. Há uma pilha de livros não-lidos, músicas não tocadas, papeis ainda em branco. E claro, muita matéria para revisar. Mas, continuo vagando entre o preto e branco. 
Quando a energia voltou, foi aí que decidi levantar, eram umas 15 horas ou algo assim. Só percebi que já era tarde quando o relógio sentenciou, por mim ainda eram 4 da manhã. Para finalizar a tarde com desdém, pensei em visitar as páginas locais e olhar o movimento na rua. E bem, foi aí que tudo começou.
Não que seja uma coisa extraordinária, entretanto, algo mui incomum por sinal. Tudo começou quando eu clamei pelas luzes. Elas mesmas. As luzes de outrora. Tudo começa como um ritual, ainda que pareça por acaso, sempre há fragmentos que sempre se repetem, e dessa vez não foi diferente.
Responder emails, olhar o clima da semana, tendências do mercado, datas de aniversários e por fim, mensagens. E estas ultimas já faziam lista, fui do mais simples ao mais complexo. Atendi aos chamados, até o curioso encontro da música. E como qualquer coisa na minha vida, de início não dei muito valor, apenas respondi. Não conectei o nome à pessoa, a pessoa ao ambiente e o ambiente à minha vida; um fato deveras curioso entre a Letra e a Música onde, claro, não passou de alguns contados minutos de conversa.
Há quem diga que o mundo é feito de amor que se busca e amor que é buscado, entre terminantes e terminados, entre o dar e o receber. Bem, essa dicotomia yin yang não me parece nada interessante em discutir. Me lembra muito religião, e desse tema eu margeio para longe, não pisando em ovos. Sei que parece cético o suficiente para você lograr êxito e rir bastante, porém não vejo mais que necessidade humana nesse tal momento.
Também posso ser fantasioso o bastante e sugar toda a essência de criatividade e cores, cheiros e sons que não vejo faz um bom tempo. Essas coisas chamadas apenas de amor, que evapora ao despertar. 
O ser humano é bicho previsível e dificilmente se surpreende. Mas quando acontece, aquece o peito por um bom tempo. E, embora eu te diga para não se empolgar por tão pouco, também te digo para aproveitar o máximo que puder. Isso mesmo, aproveite todos os momentos antes do fim. Quando esse fim chega, meu caro, é tão triste que deixa um gosto amargo de derrota. Não é possível viver plenamente em um dos lados, como um Yin Yang puro, sempre haverá uns pontos intrínsecos.
E quando você pediu pra ir embora, eu disse corre! Cada um sabe o que é melhor para si, ainda que passe por momentos ruins, dificuldades e dias de monocromática solidão. Deixe seu pensamento fluir, as pessoas agem para que o mundo não pare. A vida acontece, e quando se der conta, estará por um triz. Por um triz. E nada mais vai importar. A vontade de lutar por aquilo que acredita será impetuosa. Você derrubará todas as barreiras, passará por todos os problemas como uma flecha destemida, mas nunca terá plena certeza se o que faz é certo ou errado, porque sempre estará por um triz.

Tamanho médio para dois.


E eu desejo tanto que ele pare, mas via de regra segue em frente. Pergunta em curioso afeto. Não quero falar muito, alimentar uma propensão marginal ao gostar irracional. Não consigo parar de falar, é um clima estranho. Minhas têmporas exprimem joguetes de coesão, meu coração almeja uma alimentação romântica e meu corpo, ah meu corpo... Este já não resiste, fica estático com furioso movimento de criar. Acontecer de fato tudo aquilo que se constrói em mente, uma facilidade remota de esperançar, igual ao respirar. Tácito e profundo. A fonte com certeza é platônica, como eu poderia resistir? 
Não é todo dia que alguém se interessa por você. Não de forma ao parar e se descalçar. O timbre impacta o vento e sibila em contemplação ao infinito minimalista. Um simples "olá" ecoa como oração. Repetida sacramente pelo singelo mecanismo que o corpo tem em perpetuar a bondade. A resposta não demora, mas é carregada de "me traz um café?". Ninguém gosta de ouvir problemas, mas todo mundo gosta de dividir os causos e causas. E é nessa conversa contextualizada que o formalismo vai se fazendo barreira, o informal é saudade, e a linguística é um mero encontro fatídico de acasos. 
Em breve vamos nos ver, compartilhar, multiplicar e viajar. E sempre perguntará: açúcar ou adoçante? 
Respondo: Agosto.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Cerúleo


Fragmentadas nos cantos do céu, elas permaneciam brilhantes. Pequenos pontos azuis. Observei sem me preocupar onde eu estava, quem eu era, aonde eu iria. Fiquei ali. Contemplei os céus e a cor que dele brotava. Todo o ambiente se inundava em calmaria que perturbava. Algo dizia que era mais uma vez, talvez a ultima, que as cores do mar iriam invadir meu eu.
Pode parecer um pouco triste, porém a iluminação combinava com tudo. Decorava bem ao se derramar pelas paredes, riscava calculadamente os armários, fazia as letras dos livros boiarem confortavelmente. E a mim... Bem, eu era só um corpo. Enrijecido pela vontade de não ser nada nem ninguém, e era exatamente isso que eu eu ali. Nada além de um ponto azul, em imensidão profunda e azul. 
O gelado chão que aquecia minhas costas foi ficando distante, era hora de seguir em frente. Pouco salutar é o desejo de mudança, mas alguém tem que fazer alguma coisa. Não adianta ficar na zona de uma só verdade e esquecer por um momento que nada existe. Porque tudo continua a acontecer. E eu preciso acontecer. Foi então que, ainda sentado em lótus, abri os olhos e capturei toda a luz para dentro do ego. Pereceu a carne, firmou-se a perspicácia por outra vez.
Não importando quantas vezes mais eu volte aqui, sob a cor da perpétua da certeza, eu estarei livre para lutar por aquilo que ainda não teve vez. A coroa não vai cair, ela será derrubada. Será violentamente jogada ao chão, toda a mediocridade cairá junto, por terra. Rápido e vorpal. O ataque com a inteligência nunca deixa transparecer, meio ironia, meio destino. Ninguém nunca saberá o que aconteceu, apenas verão a ascensão do justo.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Na manhã do primeiro dia.


Acordando como um animal, cacei com os olhos por algo irregular. As janelas recebiam o calor do sol, as cortinas dançavam ao convite do vento e eu... bem, eu começava a entender que a dor de cabeça era apenas parte de tudo, não só consequência de vinho barato. Levanto com o gosto amargo na boca, gosto de ferro. A cama revirada não seria a melhor descrição para o furacão que deve ter passado por aqui ontem, os lençóis parte no chão, parte na cama, tem livro jogado, papel de parede rasgado, e a minha cabeça apenas dói, pulsando para que eu não tente lembrar de ontem. Aspirina, é isso que ela quer que eu lembre. O pisar no chão é modesto, sinto um calor diferente, como se o carpete abraçasse meus pés, tão macio que dá vontade de se esfregar todo nele.
O pijama já era, só tento vestir alguma coisa porque me sinto vulnerável quando estou pelado. Esse gosto já está me dando enjoo. Acho uma calça de moleton debruçada na cadeira da escrivaninha. Sigo ao banheiro em busca de aspirira, não sei bem onde guardo remédio, se é que tem algum aqui em casa. Bom, pelo menos no banheiro o furacão não passou, está tudo limpo e em ordem, as toalhas nos devidos lugares, o espelho limpo, a pia também, o vaso nem se fala, aproveito ele pra não deixar tudo tão limpo, afinal de contas urinar é quase que ritual sagrado depois de levantar da cama. Esse cheiro... Não é minha urina que está cheirando a perfume, e também não sou eu. Aqui não, esse lado também não, minha calça também não é, cheirei ela antes de vestir só para saber se estava limpa. Abro o box do chuveiro farejando. A porta tem cheiro de nada, as paredes também, levanto o pescoço para tentar cheirar o chuveiro, mas não é dali. Me ajoelho para checar o ralo. Esse cheiro... 
Terra. Cheiro de terra, não de perfume. Não existe perfume de terra, não é? Estranho demais isso. O chão está seco, não úmido ou molhado. Seco. O chuveiro está frio, não lembro de ter tomado banho quando cheguei, se é que essa dor me deixa lembrar alguma coisa. Tiro as calças ali mesmo, jogo para fora e ligo o chuveiro para acabar com a sensação de sujo. 
A água é morna, achei que seria gelada. Esfrego meu corpo todo só com as mãos mesmo, deixando a camada de suor escorrer pelo ralo. Sinto como se o mundo escorresse pelas minhas costas, o peso todo vai sendo levado, e o cansaço vai dando lugar ao novo fôlego. Me apoio para molhar apenas a cabeça, em um enxágue demorado, massageando minha cabeça parece que a dor também está indo embora. O que foi isso?
Desligo o chuveiro bruscamente ao ouvi alguém falando. Fico quieto para tentar ouvir novamente. Será que foi lá fora? Será que eu ouvi alguém me chamando? Os pingos do corpo não perturbam minha concentração, e demoradamente abro o box, atento, pego a toalha ali posta, e enrolo no em mim. Continuo com a sensação de que tem um perfume no ar, é doce mas não muito irritante, como se já tivesse ali faz muito tempo, apenas uma marca deixada para fazer presença, seria alguma mulher que eu acabei trazendo para casa? Volto em passos contados ao quarto, procuro algum indício de mulher. Nada. O perfume deve ter impregnado o meu nariz, isso sim.
"Acorde!", ouço novamente, giro para ver mas não tem nada. Acho que estou ficando louco, só pode. Quero a dor de cabeça de volta, ponho a mão nela procurando algum galo, corte, ou sei lá. Muito cedo para ouvir coisas. Meu coração acelera, sinto o sangue correndo pelas veias com violência, algo está acontecendo. Está acontecendo! Começo a ficar ofegante, confuso, tento me segurar em alguma coisa. Não consigo me mexer direito! Não sinto minhas pernas. Essa... essa sensação... mas o quê? 
 

Apenas o céu

Foto por @sanamaru O amargo remédio se espreme goela abaixo, a saliva seca e o gosto de rancor perdura por horas. Em vez de fazer dormir ele...