quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Eu vou ficar.


Esse é mais um daqueles momentos em que todos virão te perguntar "O que aconteceu?" e você certamente irá responder "nada, não foi nada". Agora vamos combinar, é nada mesmo? Claro que não. E no fundo sentimos aquela vontade absurda de dizer, não é nada - é só saudade, é só tristeza, é só vontade de abraçar, de beijar, de estar perto - E lá vou eu de novo, engolir a seco tudo o que eu sentia e responder sorrindo que estou bem. Sempre bem. Pra quê? Pra quê dizer que não estou bem? Por que contar os meus problema? Quem precisa saber deles?
Deixa todo mundo pensar que estou bem, talvez eu até pareça estar. Engoli tudo o que eu sentia sem mastigar. Nem deu tempo de digerir. Ainda está engasgado na garganta, como se a qualquer momento eu fosse despejar isso. Essa saudade, essa agonia que me dá ter sempre que dizer que está tudo bem, quando na verdade eu queria gritar a minha dor só pra ver se ela diminui.
Lá vou eu, mais uma vez, colocar um sorriso no rosto e ser feliz por aí. Pelo menos é o que vão achar, é o que eu vou fazer com  que eles acreditem. Estou bem, estou feliz. E ando por aí repetindo isso, uma hora talvez eu me convença. Talvez até eu comece a acreditar nisso.
E mesmo que eu esteja perdido, que esteja dando tudo errado em minha vida, que  eu esteja com mil motivos para chorar, você não vai me ver derramar uma lágrima.
Sabe porquê?
Porque não vale a pena, porque ninguém vai chegar e curar o que eu sinto. E se ninguém vai resolver por que eu vou contar? Por que vou demonstrar?
Chega! Não me cabe o papel de vítima.
E se me encontrar por aí, pode me perguntar se estou bem. Cada vez que respondo QUE SIM o meu interior se convence um pouco mais disso. E mesmo que eu não esteja, não convém falar, se eu não estiver bem, eu vou ficar..

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