domingo, 23 de junho de 2013

Extremos


 Protelar te ajuda com o tempo, mas não com as situações. E estas podem aumentar de tamanho e tomar uma proporção nunca vista. Deixar de lado periódicos afazeres ou pensamentos importantes dependerá, unicamente, de sua escolha e seu tomar de consequências.
 É assim que os dias vão passando, através de escolhas de potencializam meu protelar. Seria bem mais fácil se isto fosse algo de cunho biológico, um distúrbio ou transtorno, pelo menos assim eu saberia que a euforia uma hora chegaria e assim acabaria com o brisar da minha vida. Se bem que esta é mais tranquila que os mares que me cercam, acredito que não faria grande diferença, porém teria um resposta.


 Enquanto o tempo transcorre, tenho que escolher entre o claro e o escuro. Não que a proporção de luz seja algo delimitador de bondade/maldade, apenas é uma sublime alusão ao referido preceito. De um lado tenho a lucidez, pequena empolgação, sono e estabilidade; Do outro eu tenho a distorção, inércia, insônia e instabilidade.
 Vendo por esse lado seria até idiotice não julgar o melhor para si, todavia o que era comum tornou-se uma armadilha. Pois a lucidez ofusca a imaginação e seus conduzentes, não há inspiração, apenas repetição ou assimilação burocrática do sistema posto. A pequena empolgação faz com que o trabalho continue, ao mesmo que aparecem outros projetos e acabam dispersando-se no ar. O sono, que ataca logo cedo, vem com eles os inesquecíveis pesadelos que acabam fixando a mente pelo longo do dia, já a estabilidade, acredito que a única coisa boa nisso tudo, ela é a única que não faz tanta diferença, a não ser pelo fato da peregrinação do Espírito Aventureiro para o Neofóbico. Apenas.
 No lado já conhecido por anos temos, a distorção figurativa e conotativa e tudo, que ora é viável, ora é confundível. A inércia, algo que me lembram grilhões de preguiça, na verdade é algo que tormenta até um sair de casa, um mero prazer torna-se dificultoso desse lado, sendo mais prático não fazê-lo. Insônia sem café é algo tão deprimente que prefiro nem comentar. Da instabilidade sobra o estável senso que tudo uma hora vai ficar muito mal e depois muito bem, quase um clímax de um bom filme, algo que sobra ao tentar algo, perpendiculando as chances e disparidades.
 Escolher um lado é muito fácil, bastam dois miligramas. Em poucas horas se vão os tiques com a perna, o volume de pensamentos, a respiração e fala ficam organizadas, a libido quase não existe, robótico e centrado fico. E salteando entre um lado e outro é o que me vem fazendo fazer ou não-fazer, esperando apenas o tempo passar.

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