segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Bug's Life


     Se um gafanhoto falasse com você, o que acha que ele diria? 

"Voilà" disse ele apresentando-se. Olhei bem para aquele caricato inseto e de todos os ângulos ele aparentava ser bem real. "Você falou comigo?" indaguei desacreditado e ele, lentamente, sorriu para mim. "Isso é um sim?" pensei retoricamente.

     Tudo aconteceu tão inacreditavelmente que ainda me pergunto qual o motivo daquela tarde em prosa, não me questiono se as coisas são verdadeiras ou não, apenas me pergunto qual o motivo, razão ou circunstância. Isso mesmo, não me incomodo em falar com coisas, animais ou si próprio, já que cada um acredita no que quer, por quê não?
     Tem gente que acredita em Deus, Deusa, anjos, demônios, exús, fadas, duendes (muito embora eles sempre mintam), acreditam em si e nos outros, acreditam que as coisas vão melhorar, ou que as coisas não podem piorar. A crença advém do ser e sua projeção é única, mensagem. Não importa se o cosmos se comunica contigo por vias diretas ou indiretas, atente a mensagem a ser transmitida.
     E foi assim numa quente tarde de primavera, em conversa com um saudoso gafanhoto que me encucou com suas polidas palavras e carinho tímido. Conversamos sobre algumas pessoas e nada mais que isso, fora um verdadeiro arrancar de memórias e aposições de peças no quadro sistemático de valores. Daí, entendi o que fazer a partir daquele momento. E foi um modesto e bem verde gafanhoto que me mostrara o caminho, seria um gafanhoto meu novo guia?
    Sendo ou não sendo, rezo que possa encontrá-lo de outra vez e contar como estão indo as coisas, ou pelo menos dar um "bom dia" ou perguntar se está tudo bem com a senhora sua esposa e seus três filhos. 

     
  

     

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