sábado, 30 de junho de 2012

Fé.


       Desde o começo da humanidade, a crença em um poder maior fora entranhada na história de nossa espécie. Seja Gaia, seja Deus, seja Deusa, seja lá o que for, haverá uma força absoluta e maior que opera no universo e nas criaturas vivas e não vivas. Não faz-se necessária a divulgação de qualquer religião ou crença para se concretizar a força da fé, valendo-se de bondade e atenção com o próximo, para a efetivação da fé em sentido abstrato passivo. 
       O comércio sagrado ou simples fé mercantil, essas que são vitrinizadas em lojas, transmitidas pela tv ou rádio, não é válida para seu propósito final, mas ela como meio é perfeitamente aceitável. Quando se paga o dízimo como forma de ajudar a manutenção do templo ou igreja, é a mesma coisa que chegar em alguma casa religiosa e doar, por exemplo, uma caixa de água sanitária, um milheiro de tijolos ou roupas para os desabrigados. O dízimo, ao meu ver, é a forma mais prática de obter uma doação para a efetivação das atividades da instituição religiosa, seja igreja, templo, paróquia ou centro espírita. Mas tem que ser este que não faça falta dentro do seio familiar, pois deixar de atender as necessidades de casa é uma falha maior que deixar de dar o dízimo, até porque se você pode ajudar no voluntariado da obra-maior, você não precisa pagar o dízimo. (Pagar é uma palavra tão forte que eles usam que parece que para ser abençoado ou obter uma graça, você tem que parcelar as prestações do milagre ou aconselhamento do Superior. Se pagar tem, se não pagar... Passar bem)
       Ter em o quê acreditar fortifica o espírito, nos dá uma motivação mesmo que não tenhamos um sinal divino em nossas vidas. Crer é ter fé, por isso ela é inabalável, pois trata-se de uma condição íntima e personalíssima, intransferível. Não é possível eu rezar no lugar de alguém, mas eu posso canalizar meu poder de reza para um bem maior, por isso, as pessoas que são boas na maior parte do tempo e dedicam-se a ajudar os outros, tem uma condição melhor de repouso mental e uma fé mais poderosa. Essa metáfora nos define com condicionantes a proporção que a reza pode se efetivar, se se tratando da importância do caso específico somado as qualidades do sujeito mais o que ele leva no coração, é possível ele ter uma oportunidade de melhora cabível em sua vida.
       Conheço pessoas que rezam todos os dias para ganhar na mega sena, outros tantos que pedem uma casa nova, carro novo e até mesmo um emprego melhor. Eles, em sua maioria, nada fazem para mudar a condição atual de suas vidas, esperando cair do céu o tal milagre. Se não houver trabalho, não haverá oportunidade de melhora na condição de vida, uma coisa é o pedido ser possível e atender suas necessidades sem atrapalhar a vida dos outros, outra coisa é o pedido ser suplicado todos os dias com o maior egoísmo do mundo.
       Fé nada mais é do que nosso eu querendo um socorro por algo que nos faz mal naquele momento; é um pedido para si ou para outrem que nos faz querer e querer mais; é elaboração maciça do potencial minúsculo do cérebro em per fazer correntes elétricas de neurônios em campo de força energético que vincula a atmosfera cíclica e ordeira para a transmutação e conjecturação dos outros universos ao redor do sujeito mentalizador. 

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