quarta-feira, 14 de março de 2012

Espaço.


 Para tudo há o momento certo. Momentos alegres e tristes, em altos e baixos, em inúmeros casos sempre há o momento. O momento no qual nos pegamos em total sentimento, geralmente quando ele chega é quase inevitável o sorriso ou o lacrimejar, porém nesse segundo caso é mais contido.

 O espaço da dor é tímido, procura ser apreciado entre as quatros paredes mais secretas, onde todos vinculam com relaxamento e paz. Ao som do cair d'água, a tristeza se vai, entre as águas quentes ou frias, as salinadas lágrimas que se sufocam durante o dia, caem intensamente no silêncio de um banho.

 O espaço pode ser diminuto, mas é suficientemente grande para conter os derradeiros pensamentos que percorrem o sofrimento de ontem e hoje. De proporções diversas que nascem de uma má notícia ou de um sonho destruído. Várias origens que cumulam em peito, se sobressaem em engasgos e por fim, transbordam em choro dentro de um cubículo higienizador.

 Esse é o espaço da minha dor.

 Íntimo, sutil, próprio e invisível.

 Jamais a dor será grande demais para transbordar aos ombros de outrem, tomando atenção desnecessária. A minha dor é minha e, egoísta ou não, ninguém nunca saberá. 



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