segunda-feira, 26 de julho de 2010

FlashBack's da Juventude


Uma construção desconhecida por mim, nos arredores do aeroporto da nossa cidade me fez subitamente me transportar para um segundo no passado. Aquele gramado, pessoas cantando e bebendo no ônibus, e uma volta longa na estrada para pegar a via principal me levou sabe pra onde?
Brasília! Isso mesmo, a velha Dubai dos sonhos meus. O ar rarefeito, daquele lugar me fez me sentir em casa por segundos breves. Mas ficou logo para traz como minha lembrança desta viagem está ficando também. Tecnicamente foi uma viagem muito prazerosa, conversei muito com meu amigo, que me convidara para tal passeio. Curti as músicas, todas as músicas leia-se de passagem, embora algumas tiveram demasiada repetição. Exemplo da Stereo Love que tocou absurdamente, e claro que eu cantei em todas as vezes. A disposição do povo do fundão não teve nada demais, rolou bebidas, drogas, mas não teve ninguém nú. Bem isso porque meu companheiro de viagem ficou encabulado por minha presença, pois ele é o primeiro a dar a ideia. [Egocêntrico, sabe como é?]
Foram longas horas de viagem, entre risos, olhares e palavras jogadas fora. Por segundos flashback's rolavam. Desde relacionamentos tidos até peripécias de infância, isso pra resumir. Sempre tinha uma música que fazia lembrar fatos, pessoas, lugares. Rodamos da Itália para o Japão, de Floripa até Manaus. Eram absurdos os assuntos comentados alí, mas tinha uns que fora deveras desnecessários. Como o caso de Fulano de Tal.
Sempre que esse nome é mencionado o clima muda, nem Voldemort faz isso. Eu fico embasbacado em lembrar, juro que parecia que era fisicamente presente a reação do dito cujus. Nunca tive uma sessão de lembranças desde que saí da terapia, mas fazer o que né? Fora ótimos momentos que irei guardar para sempre.
Chegamos nas paradas, pois parecia que viajava num Pinga-pinga. Todo posto de gasolina que o motorista parava, meio mundo de gente descia pra não fazer nada e demorava dias pra subir. O cheiro que ficava após todos os cheetos, pipocas e derivas de junkfood, era terrível. O engraçado era ouvir do cara do lado as reclamações sobre o cheiro do banheiro, não sabia ele que era de simples saquinhos que proferia a sentença olfativa.
Eu suava em bicas dentro do ônibus, sentei na poltrona da janela, ela estivera o tempo todo aberta. Eu poderia ter um AVC, pois era uma lufada de vento gélido que adentrava no veículo, percorria meu corpo e se esvaia quente como vapor. Praticamente fui sem camisa a viagem toda. Mas não se enganem, essa história que vos conto não tem nenhuma interação amorosa e/ou sexual. É eu sei, pode se dizer que fora insossa.
Claro que tentei algumas vezes roubar a cena e causar, mas tudo em vão naquele veículo ninguém estava afim... afim de nada mais que flashback's. Tudo que eu vivia naquele momento nada mais era do que uma recapitulação dos meus tempos juvenis, tempos estes que ficaram em segredo. Secreto em partes e inesquecíveis totalmente. Até as roupas foram bem sugestivas de outrora.
Mesmo levando meu kit básico de sobrevivência. Sabia que ia pro show com botões, pois seria mais fácil ficar "a vontade" caso alguma coisa acontecesse. A outra camisa era normal, tipo lisa. Mas não precisei.
A viagem foi longa e muito prazerosa. Em prosa, por que não formosa? Em rosa... não rosa não. Muito colorida, ria milhões com os gays alí dentro. Amo muito amigos gays, "colorem" o ambiente. Não consigo falar desta parte da viagem sem ouvir Móveis Coloniais de Acaju. Naquela música O tempo. Descreve perfeitamente!

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